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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Opinião | De mal em pior.

Nos últimos anos temos assistido a um declínio imparável  no nível do nosso basquetebol. Em tempos não muito remotos, segunda modalidade desportiva no país, o basquetebol tem vindo a definhar lentamente, perdendo impacto mediático e sendo constantemente ostracizado fruto principalmente de dirigentes anquilosados, apegados ao poder e a um modelo de desenvolvimento estagnado no tempo e que claramente apresentam falta de visão estratégica para a evolução da modalidade.


Temos assistido com o passo dos anos a provas federativas mal organizadas, com desistências de clubes , alguns deles históricos,  abandonos de equipas a meio das competições em diferentes escalões, conflitualidade permanente com os vários agentes da modalidade, situações de pagamentos em atrasos, modelos falhados de desenvolvimento dos escalões de formação, competições de menor qualidade e que não são auto sustentáveis economicamente com problemas para conseguir ter uma liga principal com clubes bem organizados e que seja apelativa para os patrocinadores e investidores, falta de uma política clara de divulgação diante da população e esquecimento por parte dos médios de comunicação, sendo normalmente notícia só pelas coisas menos positivas.

Mas se já era desastroso o actual momento que vive a modalidade em Portugal, as circunstancias que rodearam o adiamento do que seria o nosso próximo jogo no Campeonato Nacional tem contornos que até poderiam revelar-se cómicos se não fossem uma imagem transparente da irresponsabilidade e da falta de organização que a FPB apresenta no actual momento. É que tratando-se de uma prova de carácter nacional é inadmissível que o organismo reitor da modalidade em Portugal se "esqueça" da partida e não designe árbitros para o jogo decidindo unilateralmente e encima da hora adiar o desafio prejudicando a programação que cada clube faz da sua época competitiva, podendo ainda com essa decisão, por em causa a verdade desportiva uma vez que influencia directamente os calendários competitivos dos dois clubes atingidos por essa decisão. Não há responsáveis pelo lapso? Não há uma posição pública de desculpa? É o "esquecimento" a simples justificação do organismo que tutela e vela pela organização das provas nacionais?

Mas na Federação Portuguesa de Basquetebol parece que nada se passa. Esta Federação desaproveitou o último "boom" da modalidade após o Euro 2007, deixou cair ao longo dos anos a  liga profissional, as transmissões na TV e perdeu força para divulgar a modalidade concentrando-se em guerras intestinas que acabaram por afastar o basquetebol dos adeptos. O eterno presidente do ente, Mário Saldanha deveria estar mais preocupado por reconstruir a imagem do nosso basquetebol e por desenvolver uma estrutura leve no organismo com pessoas capazes e que possam aportar novas ideias e mais oxigénio a um corpo que cada dia parece estar mais perto do abismo. Dinamizar nas escolas a modalidade e entre os mais jovens; proteger o jogador português, facilitando a entrada nos jogos da liga, alterar a politica de captação e "scouting", divulgar o jogo através das transmissões na TV em canais abertos mas permitindo aos clubes negociar transmissões através de outros meios (cabo ou Internet), vitalizar o "merchandising" (para quando a venda de equipamentos da nossa selecção nas lojas de desporto?), fortalecer a imagem da modalidade nos meios de comunicação, são alguns dos pontos em que a Federação deveria trabalhar para fazer com que o basquetebol seja conhecido e apetecido para os adeptos. 

Esta crise para além de estar influenciada pelos problemas económicos que assolam actualmente o país está fundamentalmente ligada a uma serie de erros que se tem acumulado ao longo dos últimos anos e que tem contribuído para uma "morte lenta" do nosso desporto. Ao olhar só pelos seus interesses, de uma forma mesquinha, os dirigentes da FPB e das diferentes Associações tem estado a contribuir para uma gestão errada da modalidade e para a afastar cada vez mais de adeptos e possíveis novos praticantes. O cenário sem dúvida não é muito animador até porque a crise veio para ficar. Por isso, é urgente pensar-se seriamente a modalidade, passar de medidas pontuais e as vezes pouco meditadas para reformas que se afiguram necessárias e que tem de ser levadas a cabo se queremos que o rumo do nosso basquetebol mude para melhor. E isso implica necessariamente acabar com este estado de irresponsabilidade e de inacção para lutar contra a estagnação verificada ao longo dos últimos anos porque se não houver alterações a esse quadro o basquetebol português estará cada vez mais condenado a não passar de uma modalidade cada vez menos popular e com pouco futuro.

Nelson Amaral Duarte

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